quarta-feira, 8 de maio de 2013

Queria e quero!

Queria arrancar-te do meu pensamento.
Queria não te imaginar na minha cabeça.
Queria que isto não fosse um sofrimento.
Queria não deixar que isto escureça!
Queria que do errado se fizesse certo.
Queria que também sentisses esta paixão.
Queria que estivesses sempre por perto.
Queria que fosses o meu chão.
Queria deitar-me e viver aqui.
Queria dormir e sonhar no teu peito.
Queria que sentisses o que sinto por ti.
Queria dizer-te que adoro o teu jeito!
Queria que sonhasses comigo.
Queria que me deixasses entrar.
Queria ser um mundo contigo.
Queria que te deixasses apaixonar!
Queria ser as horas do teu dia.
Queria ser o pensamento constante.
Queria ser o que não podia.
Queria ser a respiração ofegante.
Queria viver para sempre no teu olhar.
Queria ser a tua segunda pele.
Queria beijar-te sem te sufocar.
Queria tirar este desenho do papel!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Onde tudo começou e onde tudo acaba

Há um muro onde me costumo sentar e foi onde tudo começou e onde tudo acaba. E acabou. É nesse muro, onde ainda me sento e te procuro entre a multidão que chega. E tu não chegas, já não te vejo. Custa-me sair daqui e virar as costas, tenho medo que chegues e que eu já não esteja aqui para te ver. Então saio devagar na esperança de ainda te encontrar, mas a esperança acaba porque eu saí do muro e virei as costas, e tu não voltaste. Hoje, continuo a querer sentar-me lá, continuo a querer ter a mesma esperança, mas de nada me serve, já não vale a pena. Já não me sento no muro onde me habituei a estar.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Desfasamento

De que são feitos os amores desfeitos?
Perdidos num tempo que não é o seu.
Procuro no vazio o estrago dos efeitos
de uma dor que só a mim doeu.
E continua a doer!
Uma dor que não me deixa esquecer.
Esquecer o tanto que te quis.
Esquecer o que não quis perder.
Esquecer que não estou feliz!
Sentir que o que fazemos é suposto.
Lutamos porque acreditar é normal.
Damos o que temos e recebemos o oposto,
com sabor a uma luta desigual.
Parece-lhes banal,
o quanto cegamos por quem não nos vê.
Nem eu consegui ver.
Mais uma história que não se lê
porque ninguém a quis escrever.
Quero sobreviver!

Cada parte do meu corpo que ainda tem o teu cheiro,
confunde-me os sentidos quando tenho que pensar em mim.
Sei que me tenho a mim primeiro,
mas nunca esquecerei que te quis assim.
Dei-te cada pedaço do que tinha por dentro.
Sem pensar, arranquei a minha alma.
Hoje respiro um ar de sofrimento
porque não sei gostar com calma.
São pessoas certas em momentos errados,
feridas abertas que já não saram.
São sonhos que tenho de olhos fechados.
São janelas que abriram e já fecharam.
São dores sobre as quais já me falaram.
Hoje sinto-as na pele,
estão agarradas a tudo o que me sobrou.
Fiz-me actriz principal sem papel
de uma história que não começou.
Talvez um dia a vida mude.
Talvez um dia o mundo gire ao contrário,
até lá, sei que fiz o que pude,
vivi a paixão de um amor imaginário!