domingo, 13 de abril de 2008

Escondida

Fingi-me de trapo, sem cor, um farrapo.
Entregue à mentira, da vida, do tempo,
de capa vestida escondo o desalento.
Momento tão longo, sem fundo, sem fim.
Lembrei-me do escuro e esqueci-me de mim.
Ainda recordo porque me fiz assim,
grito no choro, lágrimas de saudade,
engano da vida, ainda cheiro a verdade.
Perdi o sorriso, tão puro, tão meu,
guardei-o no bolso, cada um tem o seu.
Toco na ferida que sempre me doí,
embrulhada em percalços, que só me remoi.
Seca pelo medo, perdi a vontade,
mas não perco a esperança,
para que nada se estrague.
Recolhida na noite que é este peito,
contrario e aceito,não nego, respeito.
Erguer-me-ei novamente, quem sabe um dia,
mais forte, mais simples,
menos triste, menos fria.
Passo a passo trilho um caminho só meu,
com uma única vontade,
de voltar a ser eu.

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